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Coletivo Stonewall no I Congresso Nacional dos Estudantes

quarta-feira, 17 de junho de 2009


Aconteceu de 11 a 14 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, o I Congresso Nacional dos Estudantes. O evento teve como objetivo criar um novo espaço de debate político como opção ao Conune (Congresso da UNE- União Nacional dos Estudantes) e acabou por criar uma nova aliança entre os estudantes de tendência não-governista: a ANEL- Associação Nacional dos Estudantes Livres.

Tivemos uma enorme dificuldade em levar o debate específico LGBT durante o evento, uma vez que, infelizmente, a questão das opressões costuma ser a primeira a ser deixada de lado nestes espaços. Assim, uma mesa dedicada as opressões e uma plenária acabaram sendo canceladas uma vez que “não faziam parte dos debates principais, ou seja, não correspondiam às necessidades imediatas do Movimento Estudantil”.

Porém, no único espaço aberto para os debates das formas de discriminação e preconceito, um GT (Grupo de Trabalho Temático) revelou-se uma surpresa: fizemos uma empolgante discussão sobre o racismo, a homofobia, o machismo no maior e mais participativo grupo, contando com a presença de cerca de 300 estudantes, o que demonstrou,sem nenhuma sombra de dúvida, que é preciso e necessário, sim, discutir o tema para aprendermos a combater estes tipos de violência, tão comuns em nossa sociedade.

O segmento que mais se destacou na reunião foi justamente o LGBT, que, aliás, compareceu em massa e participou ativamente nos espaços, sendo que pudemos estimar que mais de 20% ou 25% dos estudantes enquadravam-se nos grupos de gays, lésbicas e bissexuais, o que per si já pode ser considerado um grandiosa vitória.

O Coletivo Stonewall, em sua intervenção e em resposta à uma colega que comentara que “a muito tempo a homossexualidade não é mais considerada doença”, aproveitou para denunciar a atitudes de psicólogos que continuam a tratá-los terapêuticamente, aproveitando-se de varias brechas jurídicas .A partir desta fala, o CS, junto ao ENUDS encaminharam à Assembléia Final, uma moção de repúdio à psicóloga Rosangela Justino, militante evangélica fundamentalista que baseada em argumento de cunho religioso e no suposto tratamento as ditas “ personalidades egodistônicas”,insiste na prática ilegal das terapias de reversão sexual. O documento incluía uma critica ao Conselho Federal de Psicologia, já que o órgão mais uma vez “engavetou” o inquérito que havia sido aberto para analisar a ética nos atos da doutora.

Da mesma forma, aproveitamos para denunciar a prática muito comum dos psicólogos e psiquiatras que participam dos procedimentos do processo transexualizador, de incluir a obrigatoriedade da orientação heterossexual (além de um comportamento dentro dos padrões de gênero consagrados pelo discurso machista e patriarcal) para a concessão de laudos aos pacientes; ou seja acusamos as equipes multidisciplinares de utilizarem abusivamente o processo transexualizador como forma de “curar os homossexuais através de cirurgias, adaptando sua genitália ao discurso heteronormatizador”.

Em suma, obtivemos uma enorme vitoria para os estudantes que fazem parte do segmento LGBT, ao demonstrarmos a importância vital deste debate, e esperamos que organize-se logo o II Congresso para podermos aprofundá-lo.

Parabéns aos estudantes! Que seja apenas o começo!!!

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