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Humor: "Foda-se à Homofobia!!!"

segunda-feira, 29 de junho de 2009


Para comemorar 40 anos de Stonewall, Brasil lança versão da música "Fuck You"

Em comemoração ao grande marco das lutas dos homossexuais por direitos civis, o blog Stonewall (www.blogstonewall.blogspot.com) lança hoje a versão brasileira do clip "Fuck you", da cantora Lilly Allen. Pessoas de diversas cidades brasileiras enviaram vídeos para participarem da mensagem anti-homofóbica. O resultado final foi editado pela designer Mariana Velasco.

A idéia da campanha é divulgar um vídeo divertido e descontraído, que mostre que homofobia é uma postura retrógrada e que é necessário um posicionamento firme da sociedade para combater essa forma de preconceito. Não aceitar discriminação é dizer um "Foda-se" às pessoas que insistem em promover a segregação e em desrespeitar o segmento LGBT.

O vídeo é uma resposta a versões estrangeiras do clip da cantora.Em maio deste ano, o norte-americano Steviebeebishop, usuário do youtube postou a primeira versão e duas semanas depois, surgiu a versão francesa, organizada pelo site francês GayClic. O vídeo foi lançado na véspera do Dia da Luta Mundial Contra a Homofobia, Na comunidade Homofobia Já Era, no Orkut, foi lançada a idéia de fazermos a versão brasileira e, para tanto, foi criado o blog Stonewall.Esta é a primeira ação anti-homofobia de várias que se pretende realizar. A idéia é articular política e entretenimento. O blog Stonewall estará sempre aberto para trocarmos idéias de como combater a homofobia.

Eis o video:





ERRATA

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O autor do texto que utilizamos como base argumentativa em http://coletivostonewall.blogspot.com/2009/06/plc-122-por-decreto-presidencial.html,ao contrario do que foi publicado chama-se Daniel Rodrigues, e é Bibliotecário da UFOP de Belo Horizonte.

Assim, incluímos o nome do autor como um adendo, e parabenizamo-lo novamente pela perpicácia.

20//06: Manifestantes protestam contra homofobia no centro de São Paulo

segunda-feira, 22 de junho de 2009


Manifestantes protestam contra homofobia no centro de São Paulo
(Por Hélio Filho)

Cerca de 25 entidades de defesa da cidadania LGBT realizaram na noite do último sábado, na Avenida Vieira de Carvalho, no centro de São Paulo, um ato público para protestar contra os casos de violência homofóbica ocorridos no fim da 13ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, no último dia 14. O objetivo era ainda pedir providências dos órgãos públicos na apuração dos fatos e prisão e julgamento dos culpados, além de uma capacitação dos policiais para atuar corretamente na segurança da Parada.O ato começou por volta das 19h20 e reuniu cerca de 250 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar (PM). Munidos de faixas, bandeiras do movimento LGBT e apitos, os manifestantes se reuniram na esquina da Vieira de Carvalho com a Praça da República e discursaram no microfone pedindo mais proteção para a população homossexual. Uma das duas vias da avenida foi fechada pelos guardas de trânsito para que os participantes caminhassem até a frente do prédio de onde foi jogada uma bomba na noite de 14 de junho.


O protesto contou com o apoio da PM, que policiou a área com pelo menos 10 viaturas, e com a presença do secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado de São Paulo, Luiz Antonio Marrey. Em entrevista antes de discursar, o secretário afirmou que estava ali “para reforçar nosso repúdio contra esses atos homofóbicos”. Além disso, ele disse que essas manifestações homofóbicas devem sim ser investigadas e reforçou que reconhece a importância e é a favor da aprovação do PLC 122/06, que criminaliza a homofobia no Brasil.


O protesto não tinha o objetivo de ser longo e terminou por volta das 20h em clima de recado dado. Meia-hora depois, a polícia liberou a via e as pessoas se dispersaram. Mas não acaba aí, no próximo dia 28, Dia Mundial do Orgulho, o Largo do Arouche, centro paulistano, recebe outro protesto contra a violência contra homossexuais e pela aprovação do PLC 122/06. O ato começa a partir das 13h e é uma iniciativa da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas).

24/06- Debate sobre os 40 anos deStonewall (o Levante que a História oficial não conta...)

quinta-feira, 18 de junho de 2009



Em Nova York, no dia 28 de junho de 1969, em um bar freqüentado por
homossexuais, "o Stonewall Inn", a polícia deu uma "batida", conforme fazia de
costume naquela época, o bar se destacava dos outros por permitir que os casais
de mesmo sexo dançassem à vontade. Aos gritos os policiais, adentravam o bar,
faziam revistas não-autorizadas e efetuavam prisões de maneira leviana e
aleatória, sem critérios claros ou outras explicações. Porem as pessoas cansadas
de tanta extorsão e humilhação a que vinham sendo submetidos decidiu resistir à
prisão e em cerca de 400 pessoas, que estavam lá àquela noite enfrentaram a
policia com socos, pontapés e tudo que estivesse ao alcance. Quando viram a
multidão enfurecida, os policiais se refugiaram dentro do próprio Stonewall para
se protege r dos manifestantes lá fora que começava, literalmente, a pôr fogo no
bar. Acuados, os tiras apontaram extintores e mangueiras, jogando água em
direção à multidão furiosa. Logo depois chegaram reforços policiais que tentaram
dispersar o grupo rebelde. Mas de nada adiantou: o pessoal não saiu dali e
voltou a se agrupar para vaiar os policiais atirando pedras, tijolos, garrafas e
colocando fogo nas latas de lixo.

Esse dia foi então conhecido como dia do orgulho gay, aonde todos hoje vão às ruas para dizer que temos, sim, orgulho da história de lutas que deu origem ao Dia Internacional de Orgulho GLBT e tantas outras que garantiram as poucas vitórias conquistadas até hoje. Lembrando também que, para gays e lésbicas, a única forma de acabar com a homofobia é caminhando no sentido inverso daquele que nos leva à "aceitação" pelo mercado: lutando por uma radical mudança na sociedade, para que possamos, um dia, ter iguais condições políticas e econômicas e exercer plenamente nossa diversidade.

E a partir deste histórico de lutas, comemoramos os 40 anos do Stonewall com um debate, na universidade:

Data: 24/06/2009
Local: anfi 100
Hora: 19h00min

Coletivo Stonewall no I Congresso Nacional dos Estudantes

quarta-feira, 17 de junho de 2009


Aconteceu de 11 a 14 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, o I Congresso Nacional dos Estudantes. O evento teve como objetivo criar um novo espaço de debate político como opção ao Conune (Congresso da UNE- União Nacional dos Estudantes) e acabou por criar uma nova aliança entre os estudantes de tendência não-governista: a ANEL- Associação Nacional dos Estudantes Livres.

Tivemos uma enorme dificuldade em levar o debate específico LGBT durante o evento, uma vez que, infelizmente, a questão das opressões costuma ser a primeira a ser deixada de lado nestes espaços. Assim, uma mesa dedicada as opressões e uma plenária acabaram sendo canceladas uma vez que “não faziam parte dos debates principais, ou seja, não correspondiam às necessidades imediatas do Movimento Estudantil”.

Porém, no único espaço aberto para os debates das formas de discriminação e preconceito, um GT (Grupo de Trabalho Temático) revelou-se uma surpresa: fizemos uma empolgante discussão sobre o racismo, a homofobia, o machismo no maior e mais participativo grupo, contando com a presença de cerca de 300 estudantes, o que demonstrou,sem nenhuma sombra de dúvida, que é preciso e necessário, sim, discutir o tema para aprendermos a combater estes tipos de violência, tão comuns em nossa sociedade.

O segmento que mais se destacou na reunião foi justamente o LGBT, que, aliás, compareceu em massa e participou ativamente nos espaços, sendo que pudemos estimar que mais de 20% ou 25% dos estudantes enquadravam-se nos grupos de gays, lésbicas e bissexuais, o que per si já pode ser considerado um grandiosa vitória.

O Coletivo Stonewall, em sua intervenção e em resposta à uma colega que comentara que “a muito tempo a homossexualidade não é mais considerada doença”, aproveitou para denunciar a atitudes de psicólogos que continuam a tratá-los terapêuticamente, aproveitando-se de varias brechas jurídicas .A partir desta fala, o CS, junto ao ENUDS encaminharam à Assembléia Final, uma moção de repúdio à psicóloga Rosangela Justino, militante evangélica fundamentalista que baseada em argumento de cunho religioso e no suposto tratamento as ditas “ personalidades egodistônicas”,insiste na prática ilegal das terapias de reversão sexual. O documento incluía uma critica ao Conselho Federal de Psicologia, já que o órgão mais uma vez “engavetou” o inquérito que havia sido aberto para analisar a ética nos atos da doutora.

Da mesma forma, aproveitamos para denunciar a prática muito comum dos psicólogos e psiquiatras que participam dos procedimentos do processo transexualizador, de incluir a obrigatoriedade da orientação heterossexual (além de um comportamento dentro dos padrões de gênero consagrados pelo discurso machista e patriarcal) para a concessão de laudos aos pacientes; ou seja acusamos as equipes multidisciplinares de utilizarem abusivamente o processo transexualizador como forma de “curar os homossexuais através de cirurgias, adaptando sua genitália ao discurso heteronormatizador”.

Em suma, obtivemos uma enorme vitoria para os estudantes que fazem parte do segmento LGBT, ao demonstrarmos a importância vital deste debate, e esperamos que organize-se logo o II Congresso para podermos aprofundá-lo.

Parabéns aos estudantes! Que seja apenas o começo!!!

14 de junho: Protesto pacifico na Parada de SP

quarta-feira, 10 de junho de 2009


Chamada para ato político apresentada por militantes do movimento LGBT, e de caráter independente. Coletivo Stonewall aprova e gostaria de se somar a ação. Segue o texto

(Extraido de:http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=65754&tid=5344867765459825053)

Neste ano será realizada a 13ª Parada do Orgulho LGBT da cidade de São Paulo. Nesses 13 anos a APOLGBT SP (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) conquistou um importante espaço de mobilização social. Atualmente, graças aos esforços de todos aqueles que trabalham para a realização do evento – que vai além da Parada e se configura por diversas atividades políticas e culturais organizadas no Mês do Orgulho LGBT – a cidade de São Paulo abriga a maior Parada do mundo que no ano passado contou com aproximadamente 3,4 milhões de pessoas. [1]

Mesmo com tamanha grandeza, destacada organização, grande espaço na mídia e considerável mobilização por parte de diversos setores da sociedade, constata-se que o Brasil ainda está longe de reconhecer os direitos de milhões de brasileiros e brasileiras que se enquadram no universo LGBT.

Certamente que a Parada de São Paulo, mesmo sendo a maior, não pode sozinha levar a cabo a conquista de todos os direitos que nos são negados. Todavia, constitui, como já frisamos, um importante espaço de mobilização, sobretudo por sua visibilidade. É com isso em vista, e tendo ainda em conta o caráter mais festivo do que militante do evento, que propomos a organização de uma manifestação dentro da Parada.

Longe de questionar o trabalho de seus organizadores, objetivamos atuar dentro da Parada a fim de chamar a atenção para a marginalização das lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros na sociedade brasileira.

Assim, chamamos a todos os interessados em participar da 13ª Parada do Orgulho LGBT com objetivos além da mera comemoração a unirem-se a nós.

No dia 14 de Junho às 11h na esquina da rua Haddock Lobo com a Avenida Paulista, leve seu cartaz de protesto e vá com uma roupa escura para contrastar com o colorido da Parada e ajudar a dar visibilidade ao nosso grupo!

Por que protestar?

Ora, qualquer cidadão – exceto pelo Júlio Severo, Olavo de Carvalho e companhia Ltda – sabe que a homofobia está entranhada nesse país. Não é preciso ir muito longe para observar esse FATO, inclusive, pode-se começar pela leitura dos blogs dos senhores Severo e Carvalho, só aconselho que aqueles com estômago fraco tenham cuidado.

Mas para aqueles que não querem voluntariamente perder tempo com baboseiras, basta prestar atenção nos discursos homofóbicos ouvidos cotidianamente nas ruas, nas escolas, empresas e qualquer outro lugar em que duas ou mais pessoas estão reunidas em nome de algo ou de nada específico.

Seriam “menos danosos” se as verborragias ficassem só nas palavras. Mas esse não é o caso. Os estudos de Luiz Mott e Marcelo Cerqueira (do GGB) indicam que a cada três dias um LGBT é brutalmente assassinado no Brasil. Os assassinos muitas vezes justificam o crime pelo argumento simples e direto: “Matei porque odeio gay”[2].

Todo esse ódio é fomentado por diversos fatores, tão diversos que é difícil enumerá-los. Mesmo assim, é evidente que discursos homofóbicos veementemente proclamados por líderes religiosos, políticos, professores, jornalistas, cientistas etc. não só alimentam como estimulam esse tipo de violência. Como esperar que uma sociedade respeite as diferenças quando aqueles que possuem argumentos de autoridade, que formam opiniões e orientam comportamentos e posturas sociais dizem coisas do tipo:

“A homossexualidade é um castigo e distúrbio do comportamento sexual. O homossexual é alguém que em vidas passadas abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos. As relações homossexuais de hoje comprometem as reencarnações futuras, de modo que os gays e lésbicas parecem estar condenados a um aumento contínuo do seu atraso espiritual.”

(Américo Domingos, médico e escritor espírita, MG) [3]

“Os homossexuais cínicos e agressivos devem merecer dos católicos o repúdio votado a todos os pecadores públicos e insolentes, que se declaram ou se comportam como inimigos de Deus e de Sua Santa Lei. Homossexuais assim são como células cancerosas e pútridas no corpo social. Devem ser repudiados, com nota de execração. Que Nossa Senhora livre o Brasil dessa infâmia. E não permita seja aprovado no Congresso Nacional o torpe projeto de lei que institui o "casamento" entre homossexuais. Isto constituirá uma insolente ofensa feita a Deus e a Nossa Senhora pelos legisladores do País, e que atrairá sobre o Brasil grandes castigos, pois será a legalização e a legitimação oficial de um pecado infame que clama a Deus por vingança, alinhando-nos a Sodoma e Gomorra...”

(Cônego José Luiz Marinho Villac, SP) [4]

***

“O comercial do Ministério da Saúde (mostrando uma família que aceita seu filho gay) é uma safadeza por fazer apologia ao homossexualismo: o Governo Federal está jogando dinheiro fora“.

(Pastor Silas, da Associação Vitória em Cristo, RJ) [5]

***

”Esse negócio de casar gente do mesmo sexo é utopia. Melhor dizendo, é viadice, sapatãozice, lesbinice, ou o que quiserem chamar. É coisa de besta a enézima potência. Eu sou vacinado anti-bichas, anti sapatões, anti-dengue, AIDS e o que quiserem mais!”

(José Henrique Teixeira, Jornalista, Jaú, SP) [6]

***

"O homossexualismo é uma forma de violência à natureza humana”.


(Jose Alencar, Vice-Presidente da República) [7]

Contra esse tipo de comentário e os danos físicos e morais que eles causam, em 2006 foi proposto o Projeto de Lei Constitucional nº122 que criminaliza a homofobia. O PLC 122 está estacionado no Senado, sobre ele comentaram os senadores Magno Malta e Marcelo Crivella:

No fim do ano passado, foi aprovado na Câmara dos Deputados a Lei da Homofobia, que em seguida foi encaminhada ao Senado Federal e tramita na Comissão de Direitos Humanos. Creio que os deputados não atentaram para a completa extensão do alcance da lei que aprovaram, a qual, além de inconstitucional, cria em nosso país a “ditadura gay”.

(...)

Subjetivo porque a Bíblia ensina que o homem que se deita com outro homem, como se mulher fosse, comete abominação. Dizer o que a Bíblia diz será, então, crime? Será incitação à violência contra homossexuais?

(...)

Ler, acreditar e ensinar a Bíblia para a família no lar ou em público não é, simplesmente, o direito de liberdade de culto garantido em nossas Constituições desde a proclamação da República, para evangélicos, e desde a Constituição Outorgada de 1824, para os católicos?

(Senador Marcelo Crivella) [8]

***

“Esse projeto de lei [PLC 122] cria um império homossexual no Brasil, uma casta diferenciada no Brasil.”
(Senador Magno Malta) [9]

Quem somos

As pessoas envolvidas nessa manifestação são lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e heterossexuais dispostos a atuar na Parada de uma maneira diferente com o objetivo principal de utilizar o evento para chamar a atenção para a marginalização dos indivíduos que fogem dos padrões de comportamento tidos por “normais”.

Não formamos um grupo ou organização, embora alguns dos participantes, isoladamente, façam parte de ONGs, grupos, organizações ou associações relacionadas com a militância LGBT ou em prol dos direitos humanos em geral.

Acreditamos no papel dos indivíduos enquanto agentes na e da sociedade, acreditamos na possibilidade de transformações reais mediante mobilização, acreditamos que devemos assumir a responsabilidade pela garantia e defesa de nossos direitos em vez de deixá-la para outros. Se você também acredita, mas sabe que acreditar não é “fim” mas um começo, una-se a nós.

Compareça à Parada do Orgulho LGBT, dia 14 de junho, às 11h na esquina da rua Haddock Lobo com a Avenida Paulista. Vá com uma roupa escura para contrastar com o colorido da Parada e ajudar a dar visibilidade ao protesto!

[1] Conforme estimativa da APOLGBT: http://www.paradasp.org.br/historico.htm
[2] CERQUEIRA, M. & MOTT, L. Matei porque odeio gay. Salvador: Editora Grupo Gay da Bahia, 2003.
[3] APUD: CERQUEIRA, M. & MOTT, L. Matei porque odeio gay... op.cit.
[4] Idem.
[5] Idem.
[6] Idem.
[7] Idem.
[8] http://www.senado.gov.br/web/senador/marcelocrivella/artigos/homossexualismo.htm
[9] http://www.senado.gov.br/sf/atividade/pronunciamento/detTexto.as

PLC 122 por decreto presidencial?

terça-feira, 2 de junho de 2009


Algum estudante universitário se lembra de como foi "aprovado" o REUNI? O Plano de Estruturação das Universidades Federais, tema "polêmico" acabou sendo resolvido por um decreto presidencial, ou seja, o proprio presidente da Republica definiu pessoalmente, sem passar pleo Congresso, Assembleia, etc...

Ora, temos agora no Senado o tal PLC 122, Projeto de Lei Complementar que visa aplicar a definição de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero ao Artigo V da Contituição Federal, que versa sobre as dicriminiações em geral, assim como foi feito com a questão das mulheres e dos negros, por exemplo. O problema é que fundamentalistas religiosos costumam barrar e apresentar vistas ao projeto que insistem em chamar "mordaça gay". Interessante. Por que não ouvimos os ilustres representantes do meio evangélico se referir a Lei que criminaliza o racismo e a Lei Maria da Penha, como "Lei da Mordaça Negra" ou "da Mordaça Feminina", respectivamente?

Senão vejamos. Segue argumentação extrememante perspicaz sobre o assunto, encontrada nos labirintos da WEB( o autor infelizmente não quis se identificar).:

A liberdade de expressão sempre teve limites, e assim deve ser.

Num regime democrático, as leis são regidas pela Constituição Federal. Nesse contexto é vetado qualquer lei ou ato que fira os preceitos da constituição. No caso do Brasil, a Constituição declara o país laico e com igualdade de direitos para todos os cidadãos. Dentro desse primeiro preceito e regra, a constituição garante livre exercício da religião, o que afirma a laicicidade do estado, uma vez que não oficializa nenhuma religião na jurisdição nacional. Também é vetado qualquer tentativa de legislar que privilegie qualquer religião específica ou vá contra o preceito de direitos iguais. É o caso das manifestações contra os PLCs que visam criminalizar a discriminação por orientação sexual. Os religiosos se sentem no direito de querer legislar o país de acordo com sua religião indo contra o preceito de igualdade de direitos ao posicionarem-se contra esses PLCs que igualam em direitos todos os cidadãos de diversas orientações sexuais e de identidades de gênero.

A Constituição Federal é um documento de orientação acerca de tópicos gerais. Há leis genéricas como a do 5º artigo que proíbe qualquer tipo discriminação. Mas, no entanto, no decorrer da história das sociedades, fazem-se necessárias especificações acerca desses tópicos. A lei geral contra discriminação não é suficiente para enquadrar todos que a violam, e por isso, foram acrescentadas proibições específicas acerca da discriminação contra as mulheres e os negros, na medida em que a lei geral se mostrou insuficiente para garantir igualdade de direitos e proteção contra a discriminação. Assim o é em relação aos homossexuais, em que a lei na prática não garante esses mesmos direitos e a proteção contra a violência e os atos discriminatórios motivados pela sua orientação sexual.

A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E CULTO GARANTIDA NA CF NÃO SÃO UNIVERSAIS. Ela somente é válida nos casos em que ela não atente contra a dignidade e o respeito com outros cidadãos. NÃO SE PODE DEPRECIAR MULHERES, NEGROS E HOMOSSEXUAIS ALEGANDO LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Também não adianta tentar se esconder por trás da Bíblia que é crime do mesmo jeito, pois no artigo 5 parágrafo 8 está explicitamente escrito "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei". Portanto, não adianta ser homofóbico alegando que a Bíblia supostamente o é. Isso é inconstitucional, portanto é crime do mesmo jeito e dá cadeia. Isso é inconstitucional. Se assim não o fosse, qualquer brasileiro poderia utilizar qualquer doutrina discriminatória para agredir terceiros. Poderia se valer, por exemplo, dos livros de Hitler como doutrina nazista, para pregar o anti-semitismo, racismo e homofobia alegando crença religiosa ou de convicção filosófica ou política. Para o bem comum, doutrinas anti-sociais, discriminatórias e repressoras como a de Hitler, as religiosas e outras devem ser combatidas.

Quanto a opiniões, piadinhas e pregações homofóbicas, os héteros, evangélicos e religiosos em geral, machistas e racistas estão livres para fazer, mas têm que se responsabilizar pelo que dizem, pois, também na Constituição Federal, é garantido “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” no inciso IV do artigo 5. Porém a pessoa tem que responder pelo que diz tendo em vista o inciso V do mesmo artigo: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.

Vale sempre lembrar que as PL´s com vista à regulamentação contra agressões físicas, verbais psico/ideológicas contra gays, de forma alguma irá abolir o direito ao livre exercício de culto. As religiões somente irão ter que adequar seu discurso aos níveis de respeitabilidade exigidos de quaisquer cidadãos.

Não é pertinente querer alegar que os religiosos estão acima das Constituição Federal e deve ter direitos que os outros cidadãos não têm. A obrigação do respeito é extensiva a todos os cidadãos, inclusive aos religiosos.



Ora, uma vez que demonstramos que o PLC 122 é contituicional, alias, de importancia capital e urgente, ao contrário da tese criminosa daqueles que se denominam "bancada evangélica", alias desfalcada , devido a ligação de varios de seus representantes com escandalos políticos, como o escandalo das ambulancias e a máfia dos sanguessugas, humildemente indagamos: quando o Exmo. Presidente da Republica decretará o PLC 122?

ERRATA:

O autor do texto que utilizamos como base argumentativa, ao contrario do que foi publicado chama-se Daniel Rodrigues, e é Bibliotecário da UFOP de Belo Horizonte.

Assim, incluímos o nome do autor como um adendo, e parabenizamo-lo novamente pela perpicácia.

MIni documentario sobre o Levante de Stonewall

No mês em que rememoramos o Levante de Stonewall, aproveitamos para refletir sobre nossa identidade e nossa militancia. A seguir, um video curto apresentando este importantísimo evento para aqueles que ainda desconhecem. O que foi o que é e o que será...

Stonewall: