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Rozangela Justino tem razão?

terça-feira, 21 de julho de 2009

Hoje comemoramos 19 anos da retirada da homossexualidade do CID-10, Codigo Internacional de Doenças, construído pela Organização Mundial de Saúde. Mas indagamos se isto foi uma vitoria real para o movimento. Ate que ponto esse fato político condiz com a realidade concreta? Podemos mesmo considerar criminosa a tentativa de "curar gays"?



Para quem ainda não sabe, Rozangela Justino é uma psicóloga e militante evangélica que esta sendo processada no Conselho Federal de Psicologia (CFP), acusada de pregar a "reversão sexual", ou seja, tentar curar os homossexuais. O discurso apresentado pela psicóloga/ideóloga parece-nos ter comprovado que a comemoração da retirada da homossexualidade da lista internacional de doenças, não teve resultado na prática, ao basear-se em duas teses que para nós são incontestáveis:



Primeiro, ela apóia-se na idéia de que, mesmo que o processo de "reversão" da homossexualidade seja proibido, existem aqueles pacientes que denomina de "egodistônicos" ou seja, pessoas que não estão satisfeitas em (sic) "estar homossexuais" e por isso buscam ajuda profissional. É evidente que há um elevado número de pessoas que não estão felizes com a própria sexualidade,tanto héteros quanto homossexuais, assim como há aqueles que não estão satisfeitos com sua identidade de gênero, sua genitália, seu peso, o tamanho do nariz... Negar a estas pessoas o direito a felicidade, criando empecilhos a sua realização pessoal é um crime, independente da ideologia, religião ou filosofia que o agressor pretenda defender. O mais interessante é que, embora o CFP proíba a "cura" da homossexualidade, terá maior dificuldade ao fazer o mesmo em relação a tal "distonia", uma vez que a mesma consta oficialmente do Código Internacional de Doenças, mais exatamente na seção dedicada aos "Transtornos psicológicos e comportamentais associados ao desenvolvimento sexual e sua orientação":




"F.66.1- Orientação sexual egodistônica" -Não existe dúvida quanto
a identidade ou a preferência sexual (heterossexualidade, homossexualidade,
bissexualidade ou pré-púbere) mas o sujeito desejaria que isto ocorresse de
outra forma devido a transtornos psicológicos ou de comportamento associados a
esta identidade ou a esta preferência e pode buscar tratamento para
alterá-la
."[1]


Portanto, segundo a OMS, os profissionais que se propõe a atender egodistônicos não teriam o direito e sim o dever de praticá-lo.


Em segundo lugar, a doutora afirma estar simplesmente defendendo a ética profissional, ao não negar socorro aqueles que a procuram. Ora, sabemos o quanto isto está de acordo com a ética médica. Por esta lógica, deveríamos criticá-la caso deixasse de atender homossexuais em seu consultório. Segundo a Constituição Federal, todos temos garantido o direito a um tratamento médico, de forma humanizada, indiferente de raça, religião, classe social, orientação social ou identidade de gênero. É uma pena que ninguém ainda tenha pedido auxilio na "reversão" da própria heterossexualidade. Talvez isto levasse a Drª Rosangela a mudar seu ponto-de-vista.
Longe de apresentar uma apologia à charlatã que infelizmente poderá ser absolvida no processo junto ao CFP, temos a intenção de trazer um debate mais aprofundado sobre o assunto e convidar o segmento LGBT a repensar suas prioridades. Infelizmente, vivemos numa sociedade que tende a encarar os seus problemas a partir de uma lógica personalista. O brasileiro médio tem o costume de criticar pessoas ao invés de idéias. Ao atacarmos, com razão, pessoas como Rozangela Justino, acabamos nos esquecendo de toda uma série de teorias que lhes dão sustentação. Colocamos sem perceber uma "cortina de fumaça" sobre todo um discurso cientificista, a serviço da estigmatização e do controle social dos corpos, sexualidades e subjetividades.


A homossexualidade fora retirada no dia 17 de maio de 1990 do código f.65 do CID-10 que reza sobre os chamados Transtornos de Preferência (opção?) Sexual, conforme mencionamos no inicio do artigo. Ora, o que reza o CID-10, em relação as sexualidades humanas e suas identidades de gênero?Em nossa concepção se propõe unicamente a apresentar as modalidades de "desejos sexuais não-usuais", por isso, "patológicos", incluindo o Transexualismo, Travestismo bivalente. Trastorno de identidade sexual na infância (f.64) Fetichismo, travestismo fetichista, Exibicionismo, Voyerismo, Pedofilia, Sadomasoquismo, Trastornos múltiplos de preferência sexual (F.65), Transtorno de maturação sexual, Orientação sexual egodistônica, Transtorno de relacionamento sexual. Além disto há, nas 3 seções, um espaço reservado para os "transtornos desconhecidos e não-específicados" o que permite ao profissional incluir qualquer coisa que sua imaginação possa conceber.


Assim, o tal código apresenta como patologia a transexualidade, o travestismo, o sadomasoquismo, comparando-os à pedofilia, necrofilia, zoofilia ou qualquer outra "parafilia" se Em suma, o tal código defende a idéia de que qualquer modalidade sexual que não se enquadre no modelo apregoado pela moral judaico-cristã ocidental deve ser considerada doentia, e como tal deve ser tratada e combatida. Da forma como está formulado não passa de ideologia moralizante. E o mais preocupante, ao buscar o controle das variantes da sexualidade humana, acaba por justificar, via patologização, crimes como a pedofilia acima mencionado. Na prática, o tratamento desumano dedicado aos homossexuais pela Drª Justino é o mesmo reservado descaradamente a fetichistas, travestis, transexuais, sadomasoquistas , e outras formas de "distúrbio psicológico" pelo discurso médico em voga, a saber; a patologização, a estigmatização, a desumanização.



Será que apenas os homossexuais e não os demais grupos do segmento LGBT conseguiram perceber os perigos da patologização? Não seria mais produtivo para o movimento LGBT que, ao invés de atacar pessoas, se opusesse ferozmente contra as idéias que as mesmas dizem defender? Como rebater as criticas moralistas de nossos opositores, uma vez que a medicina oficializa a comparação entre os chamados "distúrbios sexuais" e atos criminosos? Não seria mais coerente postularmos a retirada de TODO O CONTEÚDO dos códigos f.64, f.65 e f.66; libertando as pessoas das cadeias de um discurso pseudo-científico opressor, e permitindo que, enfim, tenham acesso livre ao uso dos próprios corpos e intimidades?



Por fim, observamos que longe de defender as atitudes criminosas de indivíduos que escondem sua prática discriminatória sob um discurso cientifico, precisamos, como defensores da diversidade sexual e de identidades de gênero, apresentarmos uma auto-critica. É preciso que deixemos de lado o senso-comum, paremos de criticar pessoas e ao contrario, denunciemos discursos homofóbicos, transfóbicos, machistas e sexistas, apresentados sob um verniz acadêmico, e assim, abrir caminho para uma sociedade senão mais respeitosa e plural, ao menos mais tolerante.


Coletivo Sonewall



[1] Fonte:http://www.fau.com.br/cid/webhelp/f66.htm

PAQUISTÃO: Transexuais e Travestis ganham benefícios iguais

sexta-feira, 17 de julho de 2009




"A Suprema Corte paquistanesa ordenou que transexuais e travestis, sendo cidadãos paquistaneses, devem poder beneficiar dos suportes financeiros, como o Benazir Income Support Programme (BISP), estatais e provinciais como qualquer outra pessoa."São cidadãos do Paquistão e gozam da mesma protecção garantida nos Artºs 4º (direitos dos indivíduos perante a lei) e 9º (segurança pessoal) da constituição", decidiram na Terça-feira os juízes Iftikhar Muhammad Chaudhry, Muhammad Sair Ali e Jawwad S Khawaja.

Foi dada assim providência a uma petição destinada a emancipar os homens efeminados ostracizados pela sociedade sem terem culpa.

O jurista islâmico Dr Mohammad Aslam Khaki descobriu numa busca que são o segmento social mais oprimido e sem direitos e sujeito às maiores
humilhações e provocações, e no seguimento fez a petição para o bem-estar desta população, condenada pela sociedade a viver como pedintes, dançarinos ou na prostituição.

O colectivo de juízes também pediu que se contacte ONGs que trabalhem junto deste segmento populacional para que desenvolvam programas destinados ao seu desenvolvimento e bem-estar.

Para protecção de agressores foi ordenado aos agentes da polícia que
providenciem segurança para que os seus direitos não sejam violados, bem como às chefias policiais que actuem contra agentes que os assediem.

O colectivo ressalvou que como muçulmanos e seres humanos,
os pais destas pessoas deviam cuidar delas sem discriminações, mas que
infelizmente as expulsam para as ruas para sofrerem a suas vidas. Foi também expressa surpresa que nos bilhetes de identidade esteja a foto de uma mulher e no género o reconhecimento como homem. "



http://portugalgay.pt/news/Y160709B/PAQUISTÃO:_Transexuais_e_Travestis_ganham_benefícios_iguais



Comentários: Apesar de definição de "homens afeminados" não estar de acordo com a universalmente aceita. As transexuais ao menos pleiteiam a condição feminina, ao menos as autoridades paquistanesas- pais de maioria islamica, contêm ressaltar perceberam o grave problema social e começaram a tomar providências.Enquanto isso, na "Catolicolândia"...

Para melhor compreender a situação desta parte da população, apresentamos a seguir, importante matéria extraida do site da Abril:

http://www.abril.com.br/noticias/comportamento/transexuais-travestis-eunucos-buscam-espaco-paquistao-256663.shtml


Transexuais, travestis e eunucos buscam espaço no
Paquistão

"Igor G. Barbero.
Islamabad, 2 fev (EFE).-

Os transexuais, eunucos e travestis lutam para ocupar seu espaço histórico no Paquistão, apesar das frequentes agressões e discriminações que sofrem no país islâmico, como a recente detenção e tortura de cinco pessoas.

Em 23 de janeiro, cinco "hijra" - nome usado para denominar o grupo do "terceiro sexo" - foram detidos pela Polícia quando voltavam para casa na localidade de Taxila, próxima a Islamabad, após terem feito uma apresentação de dança.

"Foram detidos e bateram muito neles. Só por serem transexuais", lamentou à Agência Efe Miss Bobby, um popular hijra da cidade de Rawalpindi que preside a Associação pelos Direitos dos Transexuais do Paquistão.

"Convocamos protestos em Rawalpindi que foram apoiados por centenas de pessoas", disse Bobby, que comemorou por ter forçado o Governo provincial do Punjab a suspender os três oficiais da Polícia que cometeram a agressão.

Os hijra paquistaneses ainda têm um longo caminho pela frente em um país conservador país que não tem legislação sobre a mudança de sexo, e onde a comunidade transexual gera receio entre os "guardiães da moral".

Segundo alguns especialistas, as origens deste grupo se remontam ao Império Mogol, e seus antecedentes são os homens castrados ou eunucos que custodiavam os haréns dos imperadores.

Os hijra são tanto homens que decidem se castrar e agir como mulheres quanto transexuais convencionais, e também há casos de pessoas que têm desordens genéticas e nascem com órgãos genitais mistos.

Excluídos do mercado de trabalho devido a sua identidade sexual e alvo fácil de doenças venéreas como a aids, algumas fontes do grupo afirmam que o terceiro sexo é formado por aproximadamente 1 milhão de pessoas no Paquistão, com comunidades numerosas em grandes cidades como Karachi e Lahore.

"Os hijra não são um mistério no Paquistão, mas é frequente encontrá-los pelos núcleos urbanos protagonizando um comportamento chamativo e provocativo, que desperta sentimentos de rejeição, lástima ou aceitação", disse à Efe uma feminista.

"Infelizmente, não têm, por norma geral, trabalhos decentes. Ninguém presta muita atenção a eles e sofrem isolamento e discriminação", disse à Efe a presidente da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, Asma Jahangir.

Para se sustentar, pedem dinheiro em semáforos ou bazares, onde recebem gorjetas devido ao temor de que possam jogar mau-olhado, ou vão a casamentos e batizados, onde servem de entretenimento aos convidados que não podem pagar "verdadeiras" dançarinas. Finalmente, "muitos terminam no mundo da prostituição" como única alternativa para sobreviver, disse Jahangir.

"A maioria é muito pobre e não tem dinheiro nem para pagar a casa e a comida", disse Miss Bobby, que aos 17 anos saiu de casa, rompeu qualquer relação com a família e se manteve graças às atuações artísticas.

"As pessoas gritam conosco, não acham que somos seres humanos. No hospital, riem de nós. A Polícia comete abusos sexuais e nos agride. Da família até as pessoas na rua, passando pelos vizinhos, nenhum ambiente nos é favorável", disse Miss Bobby. Segundo o transexual, "apesar das muitas dificuldades, tudo é possível no Paquistão. Mas de maneira oculta".

"Enfrentamos muitos problemas, mas amamos nosso país, queremos melhorá-lo. Somos também muçulmanos. Quem diz que não podemos ser? E rezamos muito a Deus. Tomara que o Governo nos reconheça algum dia como uma minoria especial, como são, por exemplo, os cristãos, e nos trate como merecemos", concluiu.

EFE

Onde Estão Os Gays Radicais?

segunda-feira, 13 de julho de 2009


(por Ricardo Rocha Aguieiras)
Para o site AthosGLS:
FONTE:http://www.athosgls.com.br/comportamento_visualiza.php


***


Onde Estão Os Gays Radicais?

"ra.di.cal
adj. m. e f. 1. Relativo à raiz. 2.
Fundamental, essencial. 3. Que pretende reformas absolutas em política. 4. Que
prega o radicalismo ou age com radicalismo; extremista. S. m. 1. Gram. A parte
invariável de uma palavra. 2. Mat. Sinal que se coloca antes das quantidades a
que se deve extrair alguma raiz" (Dicionário UOL)

O Radicalismo no sentido filosófico pode ser definido como uma política doutrinária reformista que prega o uso das ações extremas para gerar a transformação completa e imediata das organizações sociais.
O RADICALISMO propriamente dito é uma variante do Liberalismo que prega o reformismo de choque e a revolução social. Foi uma força política importante da esquerda Européia no século xix


"Não há perigo para um homem que sabe o que a
morte e a vida significam." - (Shelley)

“Sejamos Realistas! Peçamos o impossível!”( maio/68, muros de Sorbonne, Paris)


Minha forma de amar é radical. Sou passional e não gosto de meio-termo.
Quem lê essa primeira frase acima, pensa que sou eu quem a falou. Ou que estamos falando apenas do amor sensual entre duas pessoas. Bem, essa frase eu ouvi na USP, nos anos ’70, em plena ditadura militar, de uma amiga, tão menina ainda, que veio a morrer depois, na tortura. De certa maneira essa frase norteou boa parte da minha vida. Ela me remetia à definição de entrega que penso que devemos ter perante a vida. Quem cresceu no moralismo dos anos 50 e desde a adolescência se deparou com a contra-cultura, entenderá melhor isso. Da rebeldia sem causa à rebeldia com uma causa louca havia um grande espaço e a gente navegava entre eles e, ao contrário do que possam imaginar perante a repressão dos militares, perante o medo de sermos o próximo a sumir e perante a censura, éramos felizes, carregados de sonhos e utopias, talvez por termos um inimigo comum, só um, mas muito forte e poderoso. Era então muito fácil sonhar e unir forças, brincar com as utopias... mas isso é passado, não é?

Todos concordam que o mundo está diante de uma onda conservadora, que um dia viria, mas que pensávamos que podia ser mais adiante um pouco., um pouquinho mais. É, agora temos que contar com mais essa. Nunca vi tanto ódio como na Internet, agora. A informática inaugurou uma nova era que ainda está no começo. Trouxe um monte de coisas boas, um monte mesmo. Mas trouxe também a possibilidade de navegar anonimamente, criar nicks falsos e covardemente, impunemente atacar o próximo, segmentos, grupos ou orientação sexual. Atacar o que difere. É um território do amor e é um território do terror: voltaram as já velhas e tão conhecidas teorias nazistas, fundamentalistas e o fanatismo. Voltou o machismo e as ideologias alienantes, tudo com uma força tão grande que eu, outro dia estava refletindo se a minha felicidade individual não era maior naqueles anos de chumbo. Reconheço as enormes conquistas que a militância e o Movimento Homossexual Brasileiro trouxe, como, e principalmente, a visibilidade. Mas reconheço também que nunca valeu tanto aquele ditado:“Nunca despreze a força do inimigo”.

Quem passeia pela Internet, entra em salas de bate papo, em serviços de comunidades como o Orkut ou em de diversão e conhecimentos como o Yahoo Respostas, basta uma hora para entrar em depressão profunda, “depressão cava”, como falava nosso grande Nélson Rodrigues. O ódio está generalizado e generalizante. E nada como o amor radical para combater o ódio. Não somos vilipendiados apenas quando somos agredidos fisicamente, mas também quando ferem a nossa alma, nossos conceitos e negam virtualmente nossa existência. Hoje, o Espaço Virtual tomou tal importância – e os obscurantistas sabem disso melhor que ninguém – que ainda não sabemos quais serão os efeitos psicológicos, pessoais e sociais de tanto ataque na Internet, ataques em cima de tudo o que difere.


Então eu pergunto: Onde estão os Gays Radicais? Eu procuro, procuro e não os vejo. Então vou fazer deste artigo que escrevo uma brincadeira. Lembrem-se sempre antes, é uma brincadeira para ajudar a gente à reflexão, não estou propondo – ainda, risos – nada ilegal, espero...

É justo as pessoas e toda a sociedade, mídia etc. sempre partir do pressuposto de que somos todos heterossexuais? Cada ficha de financeiras, empregos, concursos públicos ou até assinatura de revistas tem lá um fatídico campo que me irrita: São aqueles quadradinhos que a gente tem que marcar com um “X” no “casado”; “solteiro”; “viúvo”; “divorciado”. Eu fico olhando o papel e me perguntando “como? Se o casamento entre homossexuais ainda não foi aprovado no Brasil?” Próximo ao Dia dos Namorados (olha o machismo e a heteronormalidade se impondo, não há “Dia das Namoradas...) , as vitrines ficam cheias de ofertas e arrumadas com manequins: um representando o namorado e outro representando a namorada. Não colocam dois bonecos juntos para vender roupa nem duas bonecas juntas, de mãos dadas.

Portanto, pensam que todo o mundo é heterossexual. Um gay radical pegaria um tijolo e mandaria ver naquela vitrine e depois pernas pra que te quero... E o repórter da televisão não merecia uma radical tomatada na cara quando, ao fazer uma matéria sobre “Possibilidades de emprego para a juventude” já vai perguntando ao garoto estudante de fim de secundário se ele tem namorada? Quantas situações semelhantes você e eu já não vivenciamos e continuamos vivenciando? No dia-a-dia, somos todos e todas heterossexuais. Até prova em contrário. Ou seja, temos que provar que NÃO somos, todos e todas, heterossexuais e, além disso, depois dessa prova temos ainda que lutar por alguns direitos básicos sempre esquecidos quando se trata de homossexualidade. Se nada disso funcionar, volto aí em cima: pernas pra que te quero!

Os Gays Radicais poderiam, por exemplo, seqüestrar o pastor ou padre homofóbico, em todo bairro tem uns dois ou três, e exigirem como resgate que os fiéis e a igreja deles fizessem durante três horas(três horas já estava bom!) leituras de poesias de autores reconhecidamente gays. Não seria legal? Enquanto ocorriam as negociações, usaríamos a mídia como chamariz para denunciar os maus - tratos a que somos diariamente submetidos só por que amamos diferente do que consideram como certo.

Nadinha de beijaços na frente do bar ou do restaurante que nos agrediu impedindo o nosso afeto. O gay radical poderá conseguir umas boas e gordas ratazanas vivas, em qualquer esgoto de Sampa tem um monte e só uma dúzia resolve e levar as roedoras obesas para alegrar a noite de sábado do mesmo, quando estiver cheio e lucrando. Para os/as radicais que têm medo de rato, pode-se usar com a mesmíssima eficiência umas duzentas representantes simpáticas insetas ortópteras da família dos Blatídeos, vulgarmente conhecida como Ba-ra-ta!Te garanto que, depois dessa, o dono do restaurante vai pensar dez vezes antes de externar gratuitamente os seus preconceitos e o seu ódio. À noite, já que a noite sempre foi amiga dos revolucionários e dos radicais, poderíamos sair pichando os muros: “Pela Liberdade Homossexual” ou “ Pela aprovação da Lei 122/2006” ou ainda: “Mães e Pais: não criem filhos homofóbicos!”...

Muitas vezes fico perplexo com o “bom mocismo” de uma parcela da militância gay. Em nome de uma “não-violência” chegam até a criticar os que agem em legítima defesa. Ou seja, melhor seria morrer do que partir para o contra-ataque? Radical também quer dizer fundamental... essencial. Ou uma greve de fome, quando leis em nosso favor forem negadas no Senado. Se acorrentar num poste da av. Paulista, engolir a chave e só sair de lá se for assinado um comprometimento pelas polícias de que todos os crimes de neonazistas e homofóbicos sejam solucionados, não apenas menos de 10 por cento. Além das tijoladas na vitrine, boicote total às lojas e marcas que mantém funcionários e atendimentos discriminatórios.

Exigir dos deputados aprovação de leis que cobrem das igrejas os mesmos impostos cobrados ao comércio. E beijaço é na frente das igrejas, mais eficiente. Igualmente, distribuir camisinhas na porta de igrejas chiques, como a Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins, Sampa, em dia de casamento de filho de político, já que a Igreja Católica proíbe o uso da camisinha e assim contribui para a disseminação da Aids. Ações relâmpagos, como jantar num restaurante chique e levantar em determinado momento com um manifesto de protesto contra a homofobia, denúncia de crimes e assassinatos de homossexuais e pedindo pela aprovação de leis que nos protejam. Exigir explicações das polícias, urgente: por que batidas e mais batidas em saunas e boates gays, com a fragilíssima desculpa de “incentivo à prostituição”, indo direto nas delegacias, Ministério Público, Secretarias de Justiça e etc., afinal, por que saunas de heterossexuais e sabiamente locais de prostituição hétero são poupados? Depois, desculpem-me, mas a luta homossexual tem que ser uma luta de vanguarda, nunca de conformismo ou de adaptação.

Portanto, defender a prostituição como uma profissão teria que estar entre os nossos anseios, também. Faria diminuir o preconceito e sempre que isso ocorre provocam-se reações em cadeia fazendo bem a todos e todas. Se diminuirmos o racismo, por exemplo, pode crer que diminui também a homofobia. Se você abre o seu armário e sai dele está dando exemplo para que um monte faça o mesmo. Com a madeira dos armários construiríamos palcos para muito show de Drag. Tem que acabar esse papo de se dar caixinha ou suborno para policiais para um lugar gay sobreviver. Policiais têm que ganhar salários dignos e terem benefícios e segurança, mas esses devem vir legalmente, já pagamos impostos muito, muito altos justamente para isso.

A caixinha “por fora” e o suborno só contribuem para a corrupção e a permanência de uma situação “dominador versus dominado” que não é conveniente a ninguém e é uma armadilha: no dia em que faltar a grana, o simpático e sorridente policial que ia todo o mês lá, buscar o que considera seu, mas que não é, vira na hora mais um inimigo. E os nossos não são poucos, como podem ver. O empresário de estabelecimento gay e lésbico precisa deixar um pouco o seu egoísmo de lado e não visar apenas lucros rápidos, não se submeter a nenhum tipo de suborno ou achaque. E se algum lugar gay está sofrendo perseguição policial, isso é motivo de denúncia, não de silêncio. Silêncio e medo andam de mãos dadas e só favorecem o arbítrio. Sempre haverá um monte de desculpas para NÃO fazermos algo, não reagirmos. E, na análise histórica no futuro serão só isso: Desculpas.


Minissérie global Som & Fúria estreia ironizando preconceito contra homossexuais

quinta-feira, 9 de julho de 2009

(Por William Magalhães 8/7/2009, Site Acapa)

FONTE:http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=8700&target=_self&titulo=Miniss%E9rie+global+Som+%26+F%FAria+estreia+ironizando+preconceito+contra+homossexuais

Estreou ontem a festejada minissérie Som & Fúria, resultado de uma parceria da Globo com a produtora O2, de Fernando Meirelles. Com elenco de primeira, roteiro bem amarrado e câmaras ágeis, o capítulo inaugural surpreendeu e ironizou o preconceito contra homossexuais.

Oliver, o personagem de Pedro Paulo Rangel, é gay. Diretor consagrado de teatro entra em crise de identi/criatividade após sua sétima montagem de Shakeaspeare - a quarta de "Sonhos de uma noite de verão" - no Teatro Municipal de São Paulo. O ator, que dispensa apresentações, construiu um personagem bem humorado, sarcástico e doce ao mesmo tempo. É ele, ao lado de Felipe Camargo na pele de Dante Viana, que protagoniza a trama.

A saída do armário de Oliver acontece em momentos bem humorados, quando ele entra nos camarins para desejar "merda" aos integrantes da companhia. Primeiro vai ao quarto onde as atrizes se trocam. "Não precisam se cobrir, eu sou gay", já avisa de antemão. Quando chega a vez de visitar o espaço onde os atores se preparam ao entrar ele diz: "Não precisam se cobrir. Sou gay, mas sou velhinho."

Após a estreia de sua peça Oliver caminha errante pelo centro de São Paulo, quando é atropelado por um caminhão que transporta presunto (só para citar um exemplo de concretismo poético no roteiro). Dante, com quem Oliver acaba de retomar contato, vai visitar o amigo que não via desde que esqueceu as falas de Hamlet no início de uma temporada. É aí então que a história passa a deslanchar. Oliver volta "do além" para ajudar Dante na tarefa de liderar o grupo teatral. É como uma releitura às avessas da peça de Shakeaspeare em que o protagonista é assombrado pelo fantasma do pai.

A grande sátira contra o preconceito acontece no velório de Oliver, que recebe amigos prestando homenagens e até contando piadas no palco do Municipal. A pedido de Ricardo da Silva (Dan Stulbach), o publicitário charlatão responsável por angariar fundos para o grupo, a secretária Ana (Cecília Homem de Melo) vai em busca de um "padre, pastor, rabino, tanto faz" para "falar um pouco sobre Deus", no tributo ao diretor ateu.

O pastor surge então e começa errante o sermão. "Pediram pra eu falar algumas palavras reconfortantes sobre Deus. Mas conforto é algo que Deus reserva para aqueles que obedecem à sua vontade", afirma. "Tem um pastor lá na nossa igreja que costuma dizer que o velhinho lá de baixo, o satanás, não tem jeito mais rápido nem melhor pra atrair homens e mulheres pra armadilha da concupiscência e da luxúria imunda da prostituição, do que o teatro".

O comentário é recebido com espanto pela plateia, enquanto no palco ele continua, agora falando mal das atitudes "vis e antinaturais de depravação" dos gays. "Não sou contra os homossexuais. Odeio sim o que eles fazem porque está aqui na Bíblia, senhores. Quando um homem se deita com outro homem como se deita com uma mulher ambos estão cometendo uma abominação", continua. Ao perceberem a gafe, Ricardo e Ana pedem ao segurança Naum (Gero Camilo) tirar o pastor do palco e inventam um "princípio de incêndio", para os amigos de Oliver deixarem o local.
A série conta com nomes conhecidos como Andréa Beltrão, Daniel Oliveira, Regina Casé, Rodrigo Santoro e Paulo Betti ao lado de novos talentos como Maria Flor e Juliano Cazarré. A direção geral é do próprio Meirelles, que assina três dos doze episódios da série. Se der mais que 20 pontos no Ibope pode ser que a trama ganhe uma segunda temporada no próximo ano. Sinal de que há algo de bom no reino da teledramaturgia?

Aqui vai a cena pra quem ainda não assistiu, é hilária vale a pena.

Julio Severo admite: Sodomia não é "homossexualismo".


Entre uma abobrinha e outra, os "literalistas" acabam se entregando. Pois bem, num arroubo de
honestidade intelectual (simples ato-falho?) parece que o dignissimo homofólogo Julio Severo acabou se contradizendo:


"Aliás, a sodomia, que é condenada na Bíblia, é mencionada em dicionários especializados não como exclusivamente uma relação anal de homossexuais, mas também de casais normais.


Veja:

"Sodomia (palavra originária das inclinações homossexuais dos homens da cidade de Sodoma, em Gênesis 19:1-11): 1. Cópula com uma pessoa do mesmo sexo ou com um animal. 2. Cópula sem coito, principalmente anal ou oral, com uma pessoa do sexo oposto.

(Webster’s Ninth New Collegiate Dictionary, edição de 1984.)"


Ora, se o proprio Julio Severo admite que existem outros significados para a tal "sodomia" por que continua a chamar o segmento LGBT de "sodomitas? Qual o critério para a análise hermenêtica? Seria o critério da conveniência?


Acaso não seria, de acordo com os três diferentes conceitos apresentados pelo Diciónário Webster, e vinculado no site deste ilustre "guerreiro da fé", apenas uma relação sexual sem objetivos procriativos?