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Minissérie global Som & Fúria estreia ironizando preconceito contra homossexuais

quinta-feira, 9 de julho de 2009

(Por William Magalhães 8/7/2009, Site Acapa)

FONTE:http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=8700&target=_self&titulo=Miniss%E9rie+global+Som+%26+F%FAria+estreia+ironizando+preconceito+contra+homossexuais

Estreou ontem a festejada minissérie Som & Fúria, resultado de uma parceria da Globo com a produtora O2, de Fernando Meirelles. Com elenco de primeira, roteiro bem amarrado e câmaras ágeis, o capítulo inaugural surpreendeu e ironizou o preconceito contra homossexuais.

Oliver, o personagem de Pedro Paulo Rangel, é gay. Diretor consagrado de teatro entra em crise de identi/criatividade após sua sétima montagem de Shakeaspeare - a quarta de "Sonhos de uma noite de verão" - no Teatro Municipal de São Paulo. O ator, que dispensa apresentações, construiu um personagem bem humorado, sarcástico e doce ao mesmo tempo. É ele, ao lado de Felipe Camargo na pele de Dante Viana, que protagoniza a trama.

A saída do armário de Oliver acontece em momentos bem humorados, quando ele entra nos camarins para desejar "merda" aos integrantes da companhia. Primeiro vai ao quarto onde as atrizes se trocam. "Não precisam se cobrir, eu sou gay", já avisa de antemão. Quando chega a vez de visitar o espaço onde os atores se preparam ao entrar ele diz: "Não precisam se cobrir. Sou gay, mas sou velhinho."

Após a estreia de sua peça Oliver caminha errante pelo centro de São Paulo, quando é atropelado por um caminhão que transporta presunto (só para citar um exemplo de concretismo poético no roteiro). Dante, com quem Oliver acaba de retomar contato, vai visitar o amigo que não via desde que esqueceu as falas de Hamlet no início de uma temporada. É aí então que a história passa a deslanchar. Oliver volta "do além" para ajudar Dante na tarefa de liderar o grupo teatral. É como uma releitura às avessas da peça de Shakeaspeare em que o protagonista é assombrado pelo fantasma do pai.

A grande sátira contra o preconceito acontece no velório de Oliver, que recebe amigos prestando homenagens e até contando piadas no palco do Municipal. A pedido de Ricardo da Silva (Dan Stulbach), o publicitário charlatão responsável por angariar fundos para o grupo, a secretária Ana (Cecília Homem de Melo) vai em busca de um "padre, pastor, rabino, tanto faz" para "falar um pouco sobre Deus", no tributo ao diretor ateu.

O pastor surge então e começa errante o sermão. "Pediram pra eu falar algumas palavras reconfortantes sobre Deus. Mas conforto é algo que Deus reserva para aqueles que obedecem à sua vontade", afirma. "Tem um pastor lá na nossa igreja que costuma dizer que o velhinho lá de baixo, o satanás, não tem jeito mais rápido nem melhor pra atrair homens e mulheres pra armadilha da concupiscência e da luxúria imunda da prostituição, do que o teatro".

O comentário é recebido com espanto pela plateia, enquanto no palco ele continua, agora falando mal das atitudes "vis e antinaturais de depravação" dos gays. "Não sou contra os homossexuais. Odeio sim o que eles fazem porque está aqui na Bíblia, senhores. Quando um homem se deita com outro homem como se deita com uma mulher ambos estão cometendo uma abominação", continua. Ao perceberem a gafe, Ricardo e Ana pedem ao segurança Naum (Gero Camilo) tirar o pastor do palco e inventam um "princípio de incêndio", para os amigos de Oliver deixarem o local.
A série conta com nomes conhecidos como Andréa Beltrão, Daniel Oliveira, Regina Casé, Rodrigo Santoro e Paulo Betti ao lado de novos talentos como Maria Flor e Juliano Cazarré. A direção geral é do próprio Meirelles, que assina três dos doze episódios da série. Se der mais que 20 pontos no Ibope pode ser que a trama ganhe uma segunda temporada no próximo ano. Sinal de que há algo de bom no reino da teledramaturgia?

Aqui vai a cena pra quem ainda não assistiu, é hilária vale a pena.

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